Hepatite: tipos, sintomas, tratamentos, prevenção

hepatite

A hepatite é uma condição caracterizada pela inflamação do fígado, podendo ser desencadeada por vírus ou agentes não infecciosos, resultando em lesões que variam em gravidade de leves a graves.

Nos últimos dez anos, o Brasil tem registrado mais de 600 mil casos da doença, com os tipos B e C sendo os mais prevalentes. 

Esse cenário é alarmante, especialmente considerando que o Programa Nacional de Imunizações oferece vacinas contra a hepatite B à população, destacando a importância da prevenção.

Apesar dos desafios financeiros para o Sistema Único de Saúde na rede pública, há tratamentos eficazes disponíveis, o que tem contribuído para uma redução nos casos da doença e impactos positivos na saúde pública.

Entenda mais sobre essa doença, seus sintomas, tipos e tratamentos.

Continue lendo!

Quais são os principais sintomas da Hepatite?

A hepatite é uma condição que muitas vezes passa despercebida devido à sua natureza silenciosa, especialmente em seus estágios iniciais, nos quais os sintomas podem ser mínimos ou até mesmo ausentes. 

No entanto, há uma série de sinais comuns que podem estar presentes nos diferentes tipos de hepatite, incluindo A, B, C, D e E. Alguns desses sintomas incluem:

  • Febre
  • Icterícia é quando a pele e os olhos ficam amarelados
  • Dores musculares
  • Fadiga
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Mal-estar geral
  • Dor abdominal
  • Constipação ou diarreia
  • Falta de disposição
  • Urina escura
  • Cansaço excessivo
  • Fezes de cor clara

Estes sintomas devem ser considerados como sinais de alerta para procurar assistência médica. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para gerenciar a hepatite e prevenir complicações graves.

Tipos de hepatite

Existem cinco tipos de hepatites virais: A, B, C, D e E. 

Elas podem se apresentar como agudas, onde a infecção é temporária, durando menos de seis meses e desaparecendo após algumas semanas, ou como crônicas, caracterizadas por inflamação persistente por mais de seis meses, com maior probabilidade de complicações. 

Embora todas afetem o fígado, esses tipos diferem significativamente em termos de transmissão, gravidade da doença, distribuição geográfica e medidas de prevenção.

Hepatite A

A hepatite A é uma forma de inflamação no fígado causada pelo vírus da hepatite A (VHA). 

A transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de uma pessoa infectada. 

Esta condição está fortemente associada à contaminação de água e alimentos, falta de saneamento adequado, higiene pessoal precária e práticas sexuais que envolvem contato oral-anal, especialmente em homens entre 29 e 39 anos. 

Os sintomas da infecção pelo VHA podem variar de nenhum (quadros assintomáticos) a icterícia, febre, vômitos, fadiga, entre outros. 

Embora geralmente não leve a uma doença hepática crônica, pode resultar em sintomas debilitantes e, em casos raros, causar hepatite fulminante, uma forma grave de insuficiência hepática aguda que pode ser fatal.

Hepatite B

A hepatite B é uma infecção viral comum no Brasil, causada pelo vírus B (VHB), que afeta o fígado e pode resultar em doença aguda ou crônica. 

A prevenção é possível por meio de vacinas seguras, amplamente disponíveis e altamente eficazes, oferecendo proteção de 98% a 100%. 

Em áreas altamente endêmicas, como o Brasil, a doença é frequentemente transmitida de mãe para filho durante o parto (transmissão perinatal). A infecção crônica é comum em bebês infectados durante o parto ou até os 5 anos de idade.

Para prevenir a transmissão vertical, é crucial que o teste de detecção da doença seja realizado durante o primeiro trimestre da gravidez ou no início do pré-natal. Além disso, é essencial garantir que a gestante esteja vacinada, já que a vacinação é 95% eficaz na prevenção da infecção crônica.

Além da transmissão vertical, a hepatite B pode ser transmitida por exposição a sangue e outros fluidos corporais infectados, como saliva, fluidos vaginais, menstruais e seminais, ou através de ferimentos por agulhas contaminadas, tatuagens ou piercings.

Hepatite C

O vírus desse tipo da doença é responsável por infecções agudas e crônicas e é uma das formas mais comuns da doença no Brasil. É tratável, com boas chances de cura.

Devido à sua natureza assintomática, muitos pacientes desconhecem sua infecção até realizarem testes específicos ou quando ocorrem complicações. Assim como o tipo B, o vírus da hepatite C está presente no sangue.

A transmissão ocorre principalmente pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros materiais contaminados, além de itens de higiene pessoal e procedimentos como tatuagens e piercings feitos com material não esterilizado. A transmissão de mãe para filho também é possível.

É importante realizar exames, especialmente durante a gravidez em mulheres com maior vulnerabilidade à infecção, para garantir um acompanhamento adequado e reduzir o risco de transmissão vertical. 

Embora esse tipo da doença seja transmitida pelo sangue, a contaminação entre parceiros ocorre mais frequentemente pelo compartilhamento prolongado de objetos pessoais do que pela atividade sexual.

Atualmente, não há uma vacina disponível para prevenir esse tipo (C), mas existem medicamentos antivirais altamente eficazes.

Hepatite D

O tipo D (VHD) é uma manifestação que requer uma infecção prévia pelo vírus da hepatite B (VHB) para ocorrer em um indivíduo.

A transmissão ocorre através de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurocortantes e de higiene pessoal, bem como de mãe infectada para filho durante a gestação, entre outras vias.

Assim como em outros tipos da doença, os sintomas podem não ser evidentes em todos os casos. Quando ocorrem, os sintomas mais comuns incluem tontura, dor abdominal, febre, fadiga, fezes claras, urina escura e icterícia.

Devido à necessidade da infecção pelo vírus da hepatite B, a coinfecção HDV-HBV é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com uma progressão mais rápida para carcinoma hepatocelular e morte relacionada ao fígado. Atualmente, não existe uma vacina específica para o VHD.

Hepatite E

O tipo E da doença é transmitido principalmente através do contato com fezes, água ou alimentos contaminados. 

Geralmente, tem um curso de doença aguda e a maioria dos casos se resolve espontaneamente dentro de 2 a 6 semanas, sem evoluir para a forma crônica. No entanto, assim como no tipo A, existe o risco de desenvolvimento de hepatite fulminante, uma forma grave de insuficiência hepática aguda, que pode ser fatal.

Diagnóstico e exames

O diagnóstico é realizado por meio de sorologia para determinar se a infecção é causada pelos tipos A, B, C, D ou E.

Além disso, testes de função hepática e outros exames complementares podem ser realizados.

Por exemplo, no caso da doença causada pelo vírus B, o diagnóstico é feito através de duas coletas de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (agHBs) com um intervalo de 6 meses.

Para determinar a imunidade, é realizada uma pesquisa de anticorpos contra o antígeno de superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs), que é positiva tanto em pessoas imunizadas pela vacinação quanto em pessoas que tiveram contato prévio com o vírus. No caso da hepatite C, o diagnóstico começa com a sorologia (anti-VHC).

Se o resultado for positivo, a confirmação é feita através da detecção do vírus por PCR (reação em cadeia da polimerase).

Os resultados dos exames sanguíneos são geralmente obtidos rapidamente, e identificar a doença precocemente é essencial para garantir um tratamento eficaz, prevenir complicações e aumentar as chances de cura. 

Em casos confirmados, o médico pode solicitar exames adicionais para determinar a atividade da infecção e sua fase (aguda ou crônica).

Prevenção

A prevenção das hepatites virais vai além da vacinação, que oferece proteção contra os tipos A e B. 

Inclui também o uso de preservativos durante relações sexuais, evitar o compartilhamento de objetos pessoais e adotar mudanças de hábitos, além de participar de campanhas educativas.

É crucial estar ciente dos principais fatores que podem levar à transmissão de cada tipo de hepatite e adotar medidas preventivas apropriadas.

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