A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma condição que afeta a capacidade de respiração de uma pessoa pela obstrução das vias aéreas, o que ocasiona o aumento da falta de ar.
A DPOC é uma condição gradual que se não for tratada, pode resultar em grandes complicações, como o aumento significativo do risco em desenvolver problemas cardíacos, infecções pulmonares, câncer de pulmão, e demais complicações associadas à saúde pulmonar e cardiovascular.
Estima-se que mais de 210 milhões de pessoas no mundo são afetadas pela doença pulmonar obstrutiva crônica e, com base nos dados divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente, ela é classificada como uma das principais causas de mortes no mundo, representando um desafio significativo para a saúde pública global.
Diante dessa crescente preocupação, foi inclusive instituído o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) em 15 de novembro.
Essa iniciativa conta com a colaboração de profissionais de saúde e grupos de pacientes com DPOC em todo o mundo. O principal propósito deste dia é a conscientização acerca da doença, permitindo discussões a troca de conhecimentos para reduzir o impacto da doença em nível global.
Entenda o que é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), seus tipos, sintomas e tratamentos.
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O que causa a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica?
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição complexa e progressiva que resulta principalmente de danos aos pulmões ao longo do tempo, geralmente devido à exposição a substâncias nocivas.
O principal fator de risco da DPOC é o tabagismo, pois o consumo prolongado do tabaco causa irritação e inflamação nos pulmões, causando lentamente a destruição dos tecidos pulmonares e, consequentemente, trazendo danos às vias aéreas.
Além do tabagismo, a exposição de outros fatores externos como a poluição do ar, poeira, produtos químicos e fumaça de fogões a lenha também podem contribuir para o desenvolvimento da DPOC, devido a inflamação que causam nos pulmões.
É importante ressaltar que, embora o tabagismo seja o principal fator de risco, nem todos os fumantes desenvolvem DPOC, e muitas pessoas que têm a doença nunca fumaram. Isso sugere que outros fatores, como predisposição genética e exposição a poluentes, desempenham uma atuação crucial no desenvolvimento da doença.
Nesse sentido, outros fatores de risco incluem predisposição genética, histórico familiar da doença, exposição passiva ao tabagismo, infecções respiratórias recorrentes na infância e envelhecimento.
A OMS ressalta que a DPOC pode também ser desencadeada por problemas que ocorrem precocemente na vida, o que inclui: impactos no crescimento no útero, nascimento prematuro e a ocorrência de infecções respiratórias frequentes ou graves na infância, que têm um efeito negativo no desenvolvimento pulmonar.
A asma na infância também é um fator de risco significativo para o desenvolvimento da DPOC.
Quais são os sintomas da DPOC?
A DPOC se desenvolve lentamente, ao longo de vários anos e apresenta uma série de sintomas distintos em diferentes fases. Os principais sintomas observados em cada fase são:
DPOC Precoce:
- Tosse leve, geralmente acompanhada de expectoração de catarro transparente;
- Falta de ar quando feito esforço físico, inicialmente considerada como resultado do envelhecimento ou da falta de condicionamento físico.
- A falta de ar pode ser mais perceptível durante infecções pulmonares, como bronquite que aumenta a tosse e a produção de catarro.
Progressão da DPOC:
- Ao envelhecer, pessoas com DPOC, especialmente quando fumantes, a falta de ar durante o esforço físico torna-se mais problemática.
- Aumento da frequência de pneumonia e outras infecções pulmonares, que podem causar falta de ar grave, mesmo em repouso, podendo ser até mesmo necessária a hospitalização.
- Alguns pacientes com DPOC grave apresentam perda de peso significativa.
- Expectoração intermitente de sangue, decorrente de inflamação nos brônquios, gerando preocupações quanto ao câncer de pulmão.
Crise de DPOC:
- Identificada pelo agravamento dos sintomas, como tosse, aumento da produção de catarro e falta de ar, muitas vezes acompanhados por febre e dores no corpo.
- A falta de ar pode ser grave o suficiente para exigir hospitalização, especialmente quando decorrente de poluição intensa do ar ou infecções respiratórias.
Complicações da DPOC:
- Baixos níveis de oxigênio no sangue podem gerar complicações pulmonares e até mesmo resultar em problemas cardíacos.
- Risco aumentado de desenvolver arritmias cardíacas, câncer de pulmão, osteoporose, depressão, doença arterial coronariana, atrofia muscular e refluxo gastroesofágico, embora a relação exata com a DPOC ainda não esteja clara.
É crucial a compreensão dos sintomas e complicações associadas à DPOC para o diagnóstico precoce e controle da doença, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Quais são os principais tipos de DPOC?
O termo DPOC é utilizado de maneira genérica para se referir a doenças pulmonares progressivas, sendo os principais a enfisema e a bronquite crônica, ou seja, essas conhecidas doenças respiratórias pertencem ao grupo da DPOC. E, muitas das vezes, essas duas doenças podem ocorrer de forma simultânea no mesmo paciente.
- Bronquite Crônica:
- Caracterizada pela inflamação crônica dos brônquios, as vias aéreas principais dos pulmões.
- O principal sintoma é uma tosse persistente e produtiva, com produção de muco por pelo menos três meses ao longo de dois anos consecutivos.
- Pode ser acompanhada de falta de ar, chiado no peito e aperto no peito.
- Geralmente, a tosse e a produção de muco são mais acentuadas pela manhã.
- A bronquite crônica é, geralmente, causada pelo tabagismo e pela exposição a irritantes respiratórios, como poluição do ar ou fumaça de cigarro.
- Enfisema:
- Caracterizado pela destruição dos sacos de ar nos pulmões, conhecidos como alvéolos, e das pequenas vias aéreas que os conectam.
- Resulta na perda da elasticidade dos pulmões, dificultando a expiração do ar.
- Os principais sintomas incluem falta de ar, especialmente durante o esforço físico, tosse crônica e produção de muco.
- A falta de oxigênio nos tecidos pode causar cianose (coloração azulada da pele) e baqueteamento dos dedos.
- O enfisema é frequentemente associado ao tabagismo, embora fatores genéticos e exposição a poluentes também possam desempenhar um papel importante em seu desenvolvimento.
Qual a forma de tratamento da DPOC?
Realizado o diagnóstico da DPOC, todas as abordagens de tratamento se concentram em controlar a doença, ou seja, em preservar o restante da função pulmonar, já que os alvéolos danificados não se recuperam.
Apesar de ser uma doença incurável, existem diversas abordagens de tratamento e medidas preventivas que podem ajudar a controlar e amenizar os sintomas, retardando a progressão da doença e melhorando a qualidade de vida do paciente. Tais como:
Formas de tratamento:
- Abandonar o Tabagismo:Deixar de fumar é uma medida crucial para desacelerar o avanço da DPOC.
- Medicamentos Broncodilatadores: São utilizados para abrir as vias aéreas e facilitar a respiração.
- Terapia de Oxigenação: Em casos avançados de DPOC, a terapia de oxigênio pode ser necessária para fornecer oxigênio suplementar e aliviar a falta de ar.
- Reabilitação Pulmonar: Programas de reabilitação pulmonar, combinados com exercícios físicos, educação sobre a doença e suporte psicológico, podem melhorar a capacidade respiratória e a qualidade de vida dos pacientes.
- Vacinação: A vacinação anual contra a gripe e a vacinação pneumocócica ajudam a prevenir possíveis infecções respiratórias que podem agravar os sintomas da DPOC.
Medidas de Prevenção:
- Evitar a Exposição a Fatores de Risco: Além de parar de fumar, é importante evitar a exposição a poluentes ambientais, como poluição do ar e fumaça de cigarro passiva, que podem irritar os pulmões e piorar os sintomas da DPOC.
- Manter um Estilo de Vida Saudável: Uma dieta balanceada, exercícios físicos regulares e manutenção de um peso saudável podem ajudar a melhorar a saúde pulmonar e reduzir o risco de complicações da DPOC.
- Monitoramento Regular: acompanhamento médico e realização de exames regularmente são essenciais para monitorar a doença, ajustando sempre o tratamento a ser realizado, conforme necessário para prevenir complicações.
Quais exames fazer para detectar doença pulmonar obstrutiva crônica?
Se você suspeita estar com algum problema no pulmão, deve buscar o auxílio de um médico, de preferência um pneumologista, que te indicará os exames necessários. Alguns deles incluem:
- Espirometria: Este é o teste padrão ouro para diagnosticar a DPOC. Ele mede o volume de ar que você pode expirar e o quão rápido você pode expirar após uma inspiração máxima.
- Radiografia de tórax: Uma radiografia de tórax pode ser usada para descartar outras condições pulmonares, como pneumonia, e também pode mostrar sinais de DPOC, como hiperinsuflação pulmonar.
- Tomografia computadorizada (TC) de tórax: Uma TC pode fornecer imagens mais detalhadas dos pulmões do que uma radiografia de tórax e pode ajudar a detectar enfisema, uma das características da DPOC.
- Gasometria arterial: Este teste mede os níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue arterial, o que pode ser útil para avaliar a gravidade da doença e determinar se a oxigenoterapia é necessária.
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